É lançando o olhar para a história, que a marca conta a sua para o inverno 24/25. Miuccia Prada e Raf Simons remixam intencionalmente a cronologia dos costumes e referenciam o vestuário de outras épocas, com elementos contrastantes: da rigidez da alfaiataria masculina à delicadeza da ornamentação ultrafeminina, vista em laços e babados.
Mas é preciso olhar para trás também literalmente: estão nas costas dos looks, possivelmente, a parte mais interessante do desfile. O sobretudo de lã com tramas em preto e branco ganha saia em tecido acetinado laranja vibrante na parte posterior, assim como suéteres de tricô exibem nas costas um forro de cetim afivelado, típico dos coletes de trajes formais antigos.
Nas notas entregues aos convidados do desfile, a pergunta: por que é que esses elementos persistem? Qual é o motivo que justifica essa insistência? Se a trilha sonora serviu de pista, a resposta estaria nos acontecimentos e interações humanas marcantes, para o bem ou para o mal – assim como diz a letra da música de Irma Thomas que embalou as modelos, “Anyone Who Knows What Love Is (Will Understand)”, alguns amores – correspondidos ou não – é melhor nem tentar esquecer.
Fotos: Divulgação e Getty Images