Aislan Pankararu abre "mitocôndria ancestral", sua primeira individual em São Paulo

O trabalho de Aislan Pankararu envolve uma mística, um mistério. A tinta branca que dá contorno aos seus traçados e padrões abundantes é uma forma de conexão com a sua ancestralidade, com os traços de argila branca que carregou sobre a pele em rituais indígenas desde menino.

As referências aos saberes e à pintura corporal do seu povo se combinam com sua formação em medicina, de modo a conjugar uma ampla noção de cura e proteção. Não por acaso, se tomamos um tempo para observar detalhadamente as suas telas, somos capturados por uma sensação de acolhimento e calma.

Aislan ainda vem expandindo a sua pesquisa para além da pintura. Na individual Aislan Pankararu: "mitocôndria ancestral", que abre neste sábado, 11 de novembro, na galeria Galatea, também apresenta bordados e uma grande instalação. É um artista que acompanho com entusiasmo há um tempo e que certamente ganhará cada vez mais espaço.

Atualmente, também podemos ver seu trabalho na exposição Histórias indígenas, em cartaz até fevereiro no MASP. Além disso, já tem outra individual prevista para abril de 2024, em Nova York, na galeria Salon 94.

Em tempo: Aislan Pankararu nasceu em Petrolândia, Pernambuco, em 1990. Originário do povo Pankararu, mudou-se para Brasília, onde se formou em medicina, e voltou a dedicar-se à pintura e ao desenho, atividades nas quais é autodidata, em 2019. Na sua obra, os elementos pictóricos tradicionais da pintura corporal do povo Pankararu são usualmente representados com cores e movimentos, sobre papel kraft e tela.